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Como que respondendo às demandas dos setores dominantes da economia brasileira, o segundo governo Lula se inaugurou com a proclamação do “Programa de Aceleração do Crescimento”. Esta proposta governamental, se de fato se concretizar, lançará o país numa nova vaga desenvolvimentista, só que, infelizmente, a partir das mesmas estruturas socioeconômicas que, desde os tempos coloniais, garantiram a desigualdade, a injustiça e a violência que, até aqui, têm caracterizado nossa experiência societária. Isto porque, como assinala um dos articulistas desta edição: “Vivemos numa conjuntura extremamente perigosa de descrédito da política. E essa desmoralização chega, não por acaso, num momento em que o mercado procura, por todos os meios, assumir as tarefas que antes eram do Estado, tornando-as lucrativas. O nosso “meio” (mundo/planeta) e nossa humanidade, tão massacrados e com tanta desigualdade, não serão salvos pelo mercado.”
Nesta terceira edição on line de Tempo e Presença o tema predominante, “Justiça Ambiental”, se desdobra nas muitas questões que envolvem a marcha histórica do país e que podem ser resumidas numa única e trágica expressão: “Violência”! Ou seja, violência de gênero, violência étnica, violência ambiental. Num tempo de violência generalizada e banalizada em suas exteriorizações, e, também, de apelos e clamores indistintos e, por isso mesmo inócuos, por paz, uma vez que não identificam nem explicitam as raízes profundas do fenômeno, os articulistas desta edição procuram matizar os processos sócio-culturais, econômicos e políticos que subjazem às manifestações de violência estrutural e pessoal que, até aqui, têm moldado, em todos os níveis, o processo civilizatório de que fazemos parte.
Ecumenismo e Direitos, binômio que consagra a perspectiva ecumênica de KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço e realimenta permanentemente sua participação nas interações da sociedade civil, na busca de espaços para a consolidação de expressões concretas de solidariedade, deixa patente para todos os envolvidos na luta pela transformação da sociedade e, de modo particular para as instituições eclesiásticas, que sua incidência social, no processo de superação das múltiplas formas de violência que caracterizam nossa sociedade, só se tornará significativa e efetiva se os direitos à vida plena se tornarem realidades concretas para todos os humanos e demais entes da natureza. |
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Publicado em: 17/04/2007 |
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