Problemas de diferentes ordens têm impedido a continuidade bimensal de nossa revista, pelo que pedimos desculpas aos nossos leitores, cheios de esperança de poder voltar à edição regular de TEMPO & PRESENÇA ainda este ano.
A temática do cuidado com o meio-ambiente, com tudo o que isto implica política, social, cultural e economicamente, para o avanço da qualidade de vida da população sempre frequentou nossas páginas, e não poderíamos deixar de voltar a essa temática quando nos encontramos às portas da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Rio+20 e o evento paralelo reunindo representantes da sociedade civil agora denominado Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, no próximo mês de junho.
Em 1992, junto com outras organizações da sociedade civil, o então Centro Ecumênico de Documentação e Informação teve papel destacado na promoção e organização do evento paralelo que reuniu milhares de pessoas no Aterro do Flamengo para discutir, de forma crítica a substantiva, as grandes questões que envolvem o futuro do planeta. Nossa revista, que há muito vinha tratando muitas dessas questões, acompanhou e procurou contribuir para a disseminação de ideias, propostas de ações coletivas e posturas em relação às questões que envolvem a preservação do meio ambiente e a promoção da vida no planeta.
Nesta edição oferecemos aos leitores um conjunto de textos publicados em nossa revista nos últimos 25 anos. São textos que retratam as situações de descaso e afronta ao meio ambiente e às pessoas que nele vivem em nosso país, sofrendo às consequências de um modelo socioeconômico de desenvolvimento predatório do meio ambiente e absolutamente insensível às mínimas necessidades dos seres humanos. É verdade que o país sofreu profundas transformações na última década. Mas também é verdade que, basicamente, o que perdura até aqui é o mesmo modelo destruidor da vida em suas múltiplas manifestações e que, portanto, muito ainda está para ser feito.
Os textos aqui reunidos, versando sobre diferentes temas, apontam para questões ainda não resolvidas que, sendo “eternizadas” tornam-se ainda mais complexas, acrescentando o sofrimento de milhões de pessoas que continuam em situação de vulnerabilidade e revelam a rapacidade de uma ordem econômica voraz e injusta.
Zwinglio Dias