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DESASTRES SÓCIO-AMBIENTAIS E A LUTA PELA JUSTIÇA ECOLÓGICA
Ano 5 - Nº 21
Outubro de 2010
Publicação Virtual de KOINONIA (ISSN 1981-1810)
_Editorial
 

Em primeiro lugar queremos pedir desculpas pela demora na publicação de mais esta edição de nossa revista. Fatores alheios as nossas intenções, como sobrecarga de atividades e problemas de comunicação, mais uma vez, foram as causas deste longo período de ausência da Tempo & Presença no sítio de Koinonia –Presença Ecumênica e Serviço.
Esta edição se ocupa de um aspecto dos muitos que envolvem a questão ambiental: as consequências sociais produzidas pelos desastres naturais e/ou provocados pela atividade humana. Infelizmente, na maioria dos casos, a mídia de um modo geral, tanto escrita como televisiva, presta pouca ou quase nenhuma atenção ao conjunto de fatores sociais, econômicos e políticos envolvidos por ocasião de um acontecimento trágico como inundações, terremotos, incêndios florestais, deslizamentos de encostas, etc. As notícias, em geral, focalizam o incidente, destacam o aspecto trágico e mórbido dos acontecimentos e, raramente, se ocupam das condições precárias de sobrevivência em que se encontravam as vítimas, assim como para os dramas que passarão a viver na reconstrução de suas vidas.
A desigualdade social que prevalece na maioria das sociedades, consequência do modelo econômico especulativo e depredador, impiedoso, dos recursos naturais, está levando o planeta à exaustão, tornando cada dia mais difícil e sofrida a sobrevivência das populações mais pobres e mais vulneráveis. Calcula-se hoje, em cerca de 45 milhões o número de pessoas obrigadas a migrar em razão de desastres ecológicos que, ao ocorrerem expõem com crueza o desastre social da desigualdade que marca as relações dos humanos por toda a parte no planeta. A falta de cuidado para com a mãe-natureza e o desrespeito flagrante à dignidade dos seres humanos faz com que a tragédia e o sofrimento dos mais pobres e, portanto, mais vulneráveis, se multipliquem em número e em intensidade.
Esta edição procura destacar o nexo permanente entre justiça social e justiça ecológica. Dada as condições de desenvolvimento experimentadas até aqui não mais podemos separar uma da outra, uma vez que estão indissociavelmente imbricadas. Nossos articulistas e os documentos coletivos que os acompanham nos alertam para as ameaças socioambientais que espreitam nosso planeta.

 
Publicado em: 15/10/2010