O Conselho Internacional de Controle de Narcóticos da ONU publicou nesta quinta-feira seu relatório anual sobre o assunto e destacou que a Colômbia continua sendo o maior produtor de folha de coca do mundo. Só em 2007, as áreas de plantações ilegais alcançaram os 99.000 hectares, 27% a mais que em 2006.
Além disso, o relatório alerta para a crescente profissionalização das redes de narcotráfico da América do Sul, que estabeleceram uma cooperação entre si para operações, nas quais utilizam especialistas como químicos, capitães de navio, pilotos e analistas financeiros para as diversas atividades do negócio criminoso.
Na Venezuela, foram encontradas 180 pistas de pousos usadas para o tráfico, 90 delas foram destruídas, mas o país ainda segue como um das principais áreas de contrabando da América do Sul. A corrupção, um sistema judiciário com poucos recursos, a falta de confiança pública e a frágil ação da lei seguem como fatores que dificultam a luta contra as drogas nos países da região, segundo o relatório.
EUA - Na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos, a ONU destaca o grande aumento no número de pessoas que abusam das drogas prescritas. Depois da maconha, as drogas com prescrição médica são as substâncias nas quais os americanos mais se viciam. Situação preocupante também enfrenta o México, onde há uma onda violência entre cartéis de drogas. O número de assassinatos, incluindo de autoridades da polícia federal mexicana, mais que dobrou.
O documento ainda mostra que o oeste da África se tornou uma das principais rotas mundiais de contrabando de cocaína da América do Sul para a Europa. Além disso, o continente representa cerca de 26% da produção mundial de maconha.
Cocaína - A Europa segue como o maior mercado de cocaína e o segundo maior mercado para heroína. De acordo com o relatório, os traficantes usam cada vez mais os trens da Rússia para Bielo-Rússia, Polônia e Ucrânia, para levar heroína ao leste europeu.
Mas também foi constatado que a produção de ópio no Afeganistão caiu para 7.700 toneladas em 2008. No ano anterior, a produção bateu o recorde, com 8.200 toneladas. Contudo, a ONU alerta para situação de conflito no Iraque, que facilita o contrabando de drogas para todos os países na península arábica.