Uruguai e países vizinhos como Brasil, Argentina, Chile e Paraguai enfrentam o iminente perigo da produção local de drogas sintéticas, alertou em Montevidéu Giovanni Quaglia, especialista do Escritório de Drogas e Crimes das Nações Unidas, quem sugeriu uma solução regional para enfrentar este problema.
O perigo é que daqui a algum tempo as drogas sintéticas começarão a ser produzidas em países como Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Suriname, porque há mercado e a preparação dessas drogas não é difícil, pode ser feita em uma casa, disse ao jornal local El País o especialista que encerrou recentemente uma visita a Montevidéu.
O crime organizado, disse o especialista, se globalizou mais rapidamente do que a economia e hoje não podemos dizer que o Uruguai está seguro disso, afirmou explicando que há alguns anos podíamos afirmar com segurança que [esse país] não fazia parte desta realidade do tráfico de armas ou drogas.
Quaglia pontualizou que a produção da cocaína e os derivados de coca na Bolívia e a maconha no Paraguai abastecem e são muito consumidas na região, por isso, pediu aos governos sul-americanos que reconheçam o problema e apresentem soluções regionais.
Brasil e Argentina produzem compostos químicos para uso legal e muitos deles são utilizados para a fabricação de drogas sintéticas, explicou o especialista italiano, quem afirmou que a descriminalização das drogas não acaba com o crime organizado, já que representa apenas de 10 a 15% do volume de negócios.
Quaglia, de ampla trajetória na Bolívia, Brasil e Paquistão, lidera um projeto voltado para o sistema penitenciário que propõe penas alternativas e que busca reduzir a reincidência das pessoas que tenham cometido crimes. (ANSA)