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Oficina de capoeira no Vodun Zó movimenta corpo e identidade

KWE VODUN ZÓ

30/01/2015

Há mais de 40 anos instalado no bairro da Liberdade, em Salvador (BA), o Vodun Zó é um terreiro de tradição Jeje, que, segundo seus membros, existe faz mais de um século.

Lá a oficina escolhida pelos membros da casa foi a de Capoeira. Como em outras casas parceiras do projeto Axé com Arte, as práticas produtivas escolhidas pelos terreiros, além de ensinadas, são debatidas pelos participantes em perspectiva histórica, com destaque para a sua importância - nesse caso a da capoeira - para a  resistência cultural negra. 

Lais Tavares é uma das participantes da oficina. A jovem, que sempre admirou a capoeira à distância tem hoje  a expectativa de se tornar mestre na arte. “Sempre gostei de assistir às rodas de capoeira, ficava fascinada com  a graciosidade dos movimentos, porém, nunca tive a oportunidade de conhecer a fundo essa arte. No Axé com  Arte essa oportunidade surgiu e agora quero ser uma multiplicadora ensinando”, sonha.

As oficinas são intercaladas por debates que convidam os jovens a politizar temas do cotidiano como o da intolerância religiosa e outros tipos de discriminação que os participantes experienciam. O bate-papo entre o  aprendizado de um movimento e outro permite que os jovens questionem e conheçam as formas de fazer valer  seus direitos.

“O contato dos jovens com suas próprias histórias, num ambiente em que eles têm liberdade para expressar dúvidas e anseios, tem um impacto direto na construção da identidade, na afirmação do pertencimento ao axé,  pertencimento racial e outros. É interessante vê-los discutindo intolerância, racismo, costumes, pensando juntos e falando por eles mesmos”, ressalta o facilitador do Axé com Arte, Valter Junior.

 




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