Jovens de terreiro visitam comunidades quilombolas do Recôncavo Baiano em intercâmbio do projeto Axé com Arte24/08/2015 |
Em meio aos canaviais, os anfitriões foram os quilombolas das comunidades Kaonge e Dendê, formadas por aproximadamente 35 famílias detentoras de riquezas materiais e imateriais. “Fomos recebidos pelo grupo, que, com os pés descalços no solo massapé, demonstravam o seu sentimento de pertencimento a terra que um dia foi palco da monocultura da cana-de-açúcar e do processo escravista”, conta Marta Alencar, coordenadora pedagógica do projeto Axé com Arte. Os jovens de terreiro conheceram os núcleos de produção socioeconômico e cultural existentes nos quilombos, que baseiam suas atividades, como a agrícola e a pesqueira, na solidariedade e sustentabilidade a fim de valorizar a memória de seus antepassados. A experiência ajudou Mônica Santos, filha de santo do Unzó Mayala, a também reconhecer sua ancestralidade nas atividades de sua casa. “Os quilombos, assim como os terreiros, são espaços de resistência negra e essa vivência me motiva a continuar com nossa luta”. Durante a “Rota da Liberdade”, os quilombolas e os intercambistas compartilharam suas percepções sobre produção e comercialização de mercadorias. Os jovens do Axé com Arte conheceram o processo de cultivo de mariscos, de produção de farinha e de dendê, alimentos importantes para a culinária votiva das casas de santo. Além da troca de saberes enquanto comunidades negras tradicionais, os participantes também falaram sobre a importância do processo de resistência para o acesso e permanência à educação formal. |
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