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Feira Afro Mix Feminista

17/04/2015

No dia 27 de março, em Salvador (BA), a Feira Afro Mix Feminista trouxe para o Centro Cultural da Câmara Municipal da cidade apresentações culturais, exposição e venda de produtos relacionados ao universo das tradições de matriz africana.  Oito comunidades de terreiro são responsáveis por tudo que foi comercializado durante o evento, assim como pelas intervenções de dança, música e teatro. Os produtos e apresentações são frutos do projeto Axé com Arte. A iniciativa de KOINONIA na Região Metropolitana de Salvador quer ampliar o acesso de integrantes de terreiros de candomblé - em especial jovens -, a oportunidades de trabalho, melhoria de renda e a formas de defesa e expansão de seus direitos.

Patrocinado pela Petrobras, o Axé com Arte promove oficinas regulares de práticas produtivas (corte e costura de trajes de cultos; música/toques de atabaques; bordados afro; culinária afro-brasileira e outros), formação sobre oportunidades para a produção tradicional, além de trabalhar temas relacionados ao campo dos direitos humanos.

Para Neci Neves, articuladora local do projeto, a Feira Afromix Feminista criou uma oportunidade de reunir participantes do projeto de diferentes regiões. “São os educandos do Axé com Arte que apresentaram os produtos feitos por eles mesmos. Juntos tiveram a dimensão do que estão fazendo. E num evento público conseguimos mostrar que os terreiros não são só atividades religiosas, mas sociais – porque inclusive havia muita gente que expôs, que faz parte do projeto, mas não é candomblecista necessariamente”, comentou.

O evento - por onde passaram mais de 150 pessoas - marca o primeiro ano de atividades do projeto. Segundo a coordenadora pedagógica do Axé com Arte, Marta Alencar, a feira é um estímulo para os terreiros que já participam do projeto e para os que estão ingressando no segundo ciclo de ações. “O fato de ter sido a primeira atividade pública em conjunto deixou todos muito contentes. Há também a dimensão da apropriação do espaço público, com nossa estética, o que fortalece a identidade das comunidades tradicionais num momento de forte intolerância religiosa”.

O terreiro Oya Alafunbí é um dos que começa a participar desse segundo ano de atividades. Junto com a formação em direitos humanos, a casa se dedicará à duas modalidades de artesanato. Augusto César, 29, filho de santo do terreiro destaca que serão potencializadas capacidades já existentes na casa. “Teremos dois cursos: um de bijuteria e outro de corte e costura. Os dois são voltados para produção de lembranças distribuídas nos candomblés depois das festas”, diz

Na feira também foi lançado o livro “Caminhadas, Sonhos e Lutas: Mulheres do Baixo Sul da Bahia”, contando um pouco da luta das remanescentes de quilombo por direitos e, sobretudo, pela superação da violência contra a mulher no meio rural.  A Feira Afromix Feminina terminou com degustação de comida afro, feita pelo terreiro Olodumare.  




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